segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Paris, Capital do Século XIX

Exposé de 1935

As condições para o surgimento das passagens em Paris vêm inicialmente com o desenvolvimento do comércio têxtil ainda na primeira metade do século XIX, quando grandes estoques de mercadorias começam a fazer parte dos maganizes, dando forma às primeiras grandes lojas de departamento, comuns até os nossos dias. Estas viriam a se tornar grandes atrações para um público de outras regiões. Em seguida as primeiras construções em ferro, cuja funcionalidade modifica o princípio construtivo da época. Fábricas e estações ferroviárias recebem um caráter estético ainda não revelado. O ferro é bem difundido nas passagens, pavilhões de exposição e locais de grande público, mas não para utilização em residências. Cresce com isso a aplicação do vidro na arquitetura.
Essa relação de uma nova cidade com o antigo, e a invasão das máquinas, produzem o país das maravilhas, símbolo do desejo. Assim como a arquitetura começa a se distanciar da engenharia, graças aos novos recursos de material e técnicas de construção, acontece também no campo da pintura. Em paralelo a essas mudanças, os panoramas que buscavam retratar com cada vez mais perfeição a natureza, passam a perder o sentido em detrimento do surgimento da fotografia. Esta, discussões a parte, o retrato era visto também sob a ótica da arte, já que dependia muito do domínio do retratista para captar com longo tempo de exposição. Em 1855 a fotografia ganha espaço na exposição universal. A pintura perde o caráter de informação, mas busca outros caminhos, como a saída do Impressionismo para o Cubismo, atingindo novos valores que a fotografia não poderia alcançar.
As exposições universais agregam novos valores às mercadorias. A moda se sobrepõe aos objetos de uso diário. Já na segunda metade do século XIX Paris reitera a posição de capital do luxo e da moda. Aos olhos de Charles Boudelaire, Paris de tronará objeto de poesia lírica, com profundo toque de melancolia, através da visão do flâneur. Em seus poemas trata o novo como o "fundo do desconhecido".
As transformações se sucedem com o imperialismo de Haussmann, com grandes aberturas de avenidas apoteóticas. A cidade é palco da especulação. A valorização dos imóveis e terrenos no centro expulsa o proletariado para a periferia. A mudança é tamanha, que os cidadãos parisienses já não se reconhecem mais em casa. A intenção era de impedir as barricadas da guerra civil, por isso avenidas tão largas e que proporcionasse melhor articulação.

Exposé de 1939
Benjamin analisa o surgimento de valores e da destruição de outros tantos que ocorrem durante o século XIX, em especial em sua primeira metade, fazendo da cidade e da sociedade um laboratório de análises. A cidade equivalente a sociedade, mostra os seus processos evolutivos. A mercantilização acentuada da vida é tratada pelo autor através das sutilezas, das nuances e dos pequenos acontecimentos. Acompanha, sem dúvida, a mudança na própria estruturação e interpretação do tempo que a modernidade traz, projetando o cotidiano como uma dimensão heróica.
O pensamento de Walter Benjamin dedica-se a Paris, que nessa época era símbolo da modernidade e também a utiliza como um espaço revelador de contradições e complexidades. Trata também a revolução na vivência e na interpretação do espaço, atendo-se aos pequenos lugares, às estruturas novas e antiquadas que a grande cidade cria e recria. Os escritos sobre a Paris moderna, século XIX, atentam para os intérpretes da cidade, em especial, para os literatos, foco aos poetas.
O autor procura a modernidade do século XIX a partir de suas galerias construídas em ferro e vidro, pelas quais a multidão se desloca. As multidões se movimentam expostas como em vitrines, pela primeira vez se oferece à leitura e à legibilidade, uma vez que foi o século XIX que produziu uma literatura em que a personagem principal é a cidade de Paris. Benjamin dava uma maior atenção à tríade – sujeito, espaço e tempo.
Dois aspectos são essenciais no que dizem as características externas e internas complementares: o estado de ânimo e olhar, e o seu cotidiano e realidade de vivência e reflexão. Eles são o olhar de desconforto, de inadaptado, que lhe revela com maior precisão a transitoriedade como essência da vida moderna. Em segundo lugar, a grande cidade, produto da nova sociedade. O encontro dos dois aspectos dá-se na procura da interioridade na cidade moderna e isso pode ser encontrado em símbolos da própria modernidade.
Lugares de encontro são destacados, bem como são destacadas as ruas, esse novo elemento de encontro que é realçado com as reformas urbanas no século XIX, em especial com os bulevares de Haussmann.
Embora algumas questões fiquem pendentes para Benjamin na sua procura de conciliação entre universalidade e essência, futuro e passado, provem disto algo essencial que é a importância ao desprezado, ao descartado, ao detalhe. A cidade será vista por esse ângulo: Haussmann a vê como um plano único, de único olhar, que se impõe à massa e se manifesta nas transformações que ele fez a Paris.
Benjamin vê a realidade como esfacelada, o sujeito ameaçado na sua essência ele encontra a possibilidade de decifrar a sociedade e a cidade modernas a partir de construções e reconstruções diversas com os fragmentos que a compõem.
O autor parece encontrar na modernidade a construção de novas catedrais, capazes de criar uma nova sacralidade, inerente ao homem (culto e reunião), muito além da luta política explícita (o próprio cotidiano).Ele fixa seu olhar não no passado que desapareceu, mas naquilo que do passado restou. Fascina-se por esse passado, por esse resíduo, ainda que despojado de sua essência, de seu glamour, como fruto da destruição causada pela modernidade.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Formação das Cidades




Dubai









Dubai é a maior cidade e emirado dos Emirados Árabes Unidos. É a capital do emirado de mesmo nome. Tem cerca de 1.570.000 habitantes. Pertenceu a Abu Dhabi até 1833. Diz-se que Dubai possui 30% dos guindastes de construção do mundo. O petróleo representa apenas 3% da economia e o turismo 33% (sendo o mais atuante). Crescimento do PIB em torno de 19% (mais que o dobro da China). Inicialmente uma aldeia de pescadores e coletores de pérolas existente há séculos na baía da Dubai, a cidade nova e moderna data da década de 1830, quando a tribo Bani Yas, da família dos Al-Maktoum ali se instalou e recusou obediência a Abu Dhabi. Os xeiques seguintes estimularam os contatos com os estrangeiros, especialmente britânicos, enquanto Dubai tornava-se um porto de escala. Dubai é servida pelo Aeroporto Internacional de Dubai. a cidade esta construindo um novo aeroporto, o Dubai World Central International Airport, planejado para ser o maior do mundo com capacidade para 120 milhões de passageiros por ano. Dubai hoje é um dos maiores desenvolvimentos arquitetonicos do mundo, onde a arquitetura é investida como turismo. A cidade artificial onde se pode visitar diversos países do mundo num só lugar. Isso por que Dubai esta levantando arquiteturas tipo e modelo de outros países com algumas cópias ou inspirações que deixam a sua aparência semelhante com a daquele local ao qual ela se parece. A cidade não tem tanto terreno para se prolongar então eles crecem mar a fora, criando ilhas artificiais com desenhos exoticos e com aparencia fina e sobreba diante do existente na natureza. Dubai tem investimentos bilionários para ser a cidade modelo (Artificial) de vários paises do mundo num só lugar, podendo assim ter um gasto só ao ir a Dubai e visitar vários países num só lugar (Artificialidade).

Berlim


Berlim, capital da Alemanha foi fundada em 1237. sendo em parte da sua história palco de vários momentos importantes da história no mundo, como a sede do poder nazista na Segunda Guerra Mundial. As origens desta cidade se deu as margens do Rio Spree, como um pequeno povoado, no qual se chamava colln. Este povoado foi desenvolvido principalmente em direção a Alexandre Plate, uma das praças mas importantes da Berlim Moderna.
No século XVII, Berlim se tornou uma das cidades mais importantes da Prússia, no qual foi capital por volta de 1620 – 1786.
No século XIX, quando se tornou capital do Império Alemão se tornou depois de Londres a maior cidade da Europa. E nos dias atuais Berlim ocupa um destaque no cenário político mundial, isso se deu desde 1933, quando o Partido Nacional Socialista tomou poder na Alemanha.
Durante a Segunda Guerra a cidade foi bombardeada pelos ataques aéreos, ou seja, a cidade ficou em ruínas. E foi com essa derrota que foi definido pela conferencia de Pastdom que ela seria dividida em 4 zonas, ocupadas pela Grã-Betanha, França, Estados Unidos e União Soviética. Sendo que a área de Berlim, especificamente, que ficou inteiramente dentro da zona soviética, foi também dividida em 4 zonas. Sendo assim 3 destas zonas Alemãs ocidentais uniram-se formando a República federal da Alemanha com a capital sendo Bonn. E a outra zona, Soviética deu origem a República Democrática Alemã, tendo Berlim como Capital. Nos anos 90 a República Federal assumiu a administração de todo o país Alemão e reunificou Berlim, tornando-se assim a capital da Alemanha reunificada.
Rio de Janeiro



A cidade do Rio de Janeiro foi fundada em 1565 e é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo.
O Rio teve seu grande desenvolvimento a partir de 1808, com a chegada do príncipe regente e os outros milhares de membros da corte portuguesa ao Brasil. Neste período diversos edifícios foram construídos, como a Acadêmica de marinha, Imprensa Régia, Escola Médica, Biblioteca, entre outros.
Em 1822 com a independência, a cidade tornou-se capital do novo país. A exportação de minérios e de produtos agrícolas ajudou-a a ter uma rápida expansão. Em 1835 começaram navegar os barcos e o vapor, e em 1868 os primeiros bondes ocuparam o lugar das carruagens.
A formação da cidade foi se dando ao longo do tempo, com seu relevo, criando a cidade nos vales e hoje em dia nos morros se encontram as favelas que são marcos arquitetônicos da auto-construção em todo mundo.

Paris














Paris, capital e maior cidade da França, ficando por muito tempo no topo como uma das melhores cidades do mundo.
Os primeiros assentamentos na região francesa datam do final do terceiro século a.C, atualmente onde é a Île de la cite.
No século 5 d.C, vieram os francos, que deram o nome a cidade-Paris, fazendo deste o capital de seu reino. Na idade medi, a cidade tornou-se importante centro religioso e floresceu também como centro de estudos, passando a atrair acadêmicos europeus para sua universidade, a Sorbonne, aberta em 1253.
A partir do meados do século XIX, a cidade passou por trasformações radicais, quando o Barão de Haussman é convidado por napoleão para modernizar a cidade. Haussman demoliu ruas sujas e tirou as favelas medievais que ocupavam a cidade, substituindo as por charmosas avenidas e bolevares.
Inicio do século XX Paris tornou-se a grande cidade que impulsionou a cultura ocidental, permanecendo por muitas décadas, exceto entre os períodos da Segunda Guerra Mundial, quando foi ocupada pelos nazistas.
Atualmente Paris enfrenta muitos desafios, típicos de um vasto conglomerado urbano, mas ainda continua a atrair milhões de turistas de todos os lugares do mundo.

Londres



A cidade de Londres capital da Inglaterra e do Reino Unido foi fundada a margem do riotâmisa em 43 dC.desenvolvida de acordo com o crescimento da imigração rural e irlândesae consequentemente se tornado uma cidade sem infraestrutura e sem saneamento básico decente.Durante a Segunda Guerra Mundial, Londres foi bombardeada pela Alemanha, destruindo váriaszonas da cidade. A reconstrução nos anos 50, 60 e 70 gerou vários estilos arquiteônicos nacidade.

Roma















Roma é a cidade capital da Itália, conhecida mundialmente como cidade eterna pela sua história milenar, Roma se espalha pelas margens do rio Tibre tendo o seu centro histórico com as sete colinas Palatino, Aventino, Campidoglio, Quirinale, Viminale, Esquilino, e Celio.
No interior da sua cidade se encontra o Vaticano (residência do Papa), uma das cidades mais inportantes mundialmente.
As a cidade vai sendo confornada de acordo com o seu relevo, vc pode ver isso nas ruas de roma quando se percebe o seu traçado natural pelas ruas que te fazem misteriosamente achar algo novo na proxima esquina a virar. É uma cidade museu, onde possui monumentos milenares e que possui subdivisões que vão se espalhando do centro as adjacencias do lado.


Barcelona















Capital da Catalunha, a cidade de Barcelona está localizada longo da costa do Mediterrâneo. E sua expansão territorial começou a se desenvolveu a partir dos leitos dos rios Llobregat e Besos. A extensão da cidade de Barcelona se deu posteriormente a partir da principal obra de IIdefons Cerdá, no qual tinha os fundamentos teóricos de a cidade funciona em torno do duplo conceito: movimento e repouso, as ruas devem oferecer todas as redes de infraestrutura necessária, o sistema viário é visto como um elemento fundamental para o funcionamento da cidade, e a união entre a cidade antiga e a nova deve existir sempre. Em 1854 decidiu que deveria derrubar as muralhas da Cidade Antiga caracterizada por altas densidades habitacionais, abrindo caminhos para a grande transformaçao da cidade de Barcelona. No ano seguinte, o engenheiro Cerdá faz parte da comissão que apresentará um ante-projeto do estudo do plano de extensão de Barcelona que definirá o traçado da nova cidade. E a partir da aprovaçao deste plano começa a perceber a ortogonalidade da malha urbana, que segue o sentido mar-montanha composta por blocos regulares de edificios no qual confere a legibilidade e identidade da implementaçao de Barcelona. Percebe-se que mesmo com o passar de 153 anos desde a implementaçao do plano, as novas propostas de intervenção urbana ainda tem se acomodado facilmente no racional layout proposto por Cerdá. E este plano é conhecido hoje principalmente por sua representação gráfica com sua retícula característica. Esta, no entanto, é mal compreendida e vista como uma grelha simples, que se estende à partir dos limites da cidade antiga. O plano apresenta um sistema completo que distribui parques, indústria, comércio e residências de forma equilibrada. As avenidas principais formam estruturas que coordenam a expansão das quadras. Os quarteirões, hoje preenchidos em todos os seus lados, foram idealizados como quadras abertas, que permitiam o maior fluxo de pessoas e de ar pela cidade, assim como poderiam ser preenchidos por áreas verdes. Tão importante quanto os desenhos é, também, o sistema teórico desenvolvido por Cerdá.

Shanghai



O processo de urbanização da cidade de Shanghai, situada na faixa leste da China, se deu ao longo de muito tempo sob uma conformação bastante diferenciada das demais cidades localizadas às margens de um rio. Em geral, ambos os lados sofrem o processo de ocupação simultaneamente, mas Shanghai, ao contrário, se desenvolveu por um longo período da sua história apenas na margem oeste, tanto que até poucos anos atrás ainda não existia uma ponte que interligasse as margens. Graças a este fato, a cidade possui hoje duas áreas completamente distintas. Uma com traços de diversos momentos históricos e outra com todas as características da arquitetura contemporânea e grandes torres de arquitetura high tech. A pretensão de Shanghai com todo esse crescimento urbanístico e arquitetônico é vir a se tornar a nova "capital do mundo".


Manhattan



A ilha de Manhattan, localizada na cidade de Nova Iorque, possui um traçado urbano todo desenvolvido de forma ortogonal, onde grandes avenidas longitudinais, ou seja, no sentido mais longo da ilha, são cortadas por transversais perpendiculares. Com grande força uma longa diagonal rompe esta malha, e se fez tão marcante que parece ter atraído uma ocupação de referência, estamos falando da mundialmente famosa Broadway. Outro aspecto que marca o tecido urbano da ilha é a grande escala do Central Park, situado exatamente no centro da ilha, trata-se um retângulo verde de enorme proporção e forte contraste em relação ao tecido urbano altamente verticalizado da grande metrópole.













quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Urbanidade em Questão

Atualmente a China é um dos países com maior crescimento no mundo, e devido a este grande desenvolvimento o país vem se ocidentalizando cada dia mais, sendo que este processo está acontecendo num intervalo de tempo relativamente curto no que diz respeito à imensa transformação que o território chinês está passando. Na China existem dez vezes menos arquitetos do que nos Estados Unidos, porém cada um destes chineses projeta cinco vezes mais edifícios do que os americanos em um intervalo tempo menor (um quinto do tempo), ganhando muito menos, ou seja, dez vezes menos.
Shenzhen que era uma cidadezinha de pescadores, no qual habitavam trinta mil habitantes, hoje é uma metrópole moderna com mais de dez milhões de habitantes, abrigando em seu espaço milhares de fábricas e mais de cem das quinhentas corporações do mundo. Esta cidade mostra nitidamente as transformações ocorridas na China nos últimos anos, o desenvolvimento e o ritmo acelerado de sua produção. Tudo isto aconteceu por volta de 1980 quando o governo central criou a ZEE (Zona Econômica Especial), que tinha por finalidade servir para o experimento da adoção do capitalismo e de abertura do país ao mundo. A partir disto instalaram-se em Shenzhen diversas fábricas e adotarem os salários, sendo assim o nível de vida dos habitantes da ZEE passou a ser muito superior a media chinesa. A cidade acabou se transformando num paraíso para os empresários e pessoas que queriam enriquecer, com esse crescimento a cidade cresceu também de forma negativa, principalmente em relação a prostituição e a criminalidade que passou a ser constate, modificando o que existia em relação a tranqüilidade, pois as ruas eram seguras e sossegas e agora o perigo ronda o dia a dia do cidadão.
A população da cidade de Shenzhen é composta por noventa por cento de imigrantes, sendo esta formada na maioria por jovens formados em universidades renomadas e outros vindo da zona rural. Com isso a cidade não possui um dialeto próprio e sim uma mistura de línguas locais com sotaques diferentes. Apesar desse boom de crescimento na cidade chinesa, esta possui um ambiente habitável com amplas áreas verdes distribuídas pela massa edificada, parecendo mais humana do que Pequim, onde está destruindo a cidade para dar lugar a “modernidade” e acabando com o seu passado, com a pré-existência.
Resta-nos refletir se Shenzhen ao se tornar uma ZEE e abrir as portas para o mundo capitalista não perdeu também um pouco de seu passado e cultura? Uma cidadezinha de pescadores com trinta mil habitantes e em apenas vinte anos cresceu para dez milhões de habitantes, sofrendo transformações que afetaram a sua antiga referência de cidade e a sua história também deve ter sido modificada, como por exemplo, a sua identificação como cidade de pescadores, pois hoje existem poucos pescadores, que devido às modificações ocorridas em Shenzhen acabaram mudando de ramo, abrindo lojas para poderem se sustentar. Um outro fato muito importante devido a este boom econômico é em relação à prostituição, pois muitos imigrantes foram à procura de oportunidade na cidade e acabou tendo que buscar o mundo da marginalidade para poder sobreviver neste mundo capitalista que cresce a cada dia mais.
Diante dos fatos citados, temos um grande problema correndo ao mundo, e que parece crescer mais e mais a cada dia. O que se deve fazer? Como agir diante deste crescimento? A população está descontrolada com o crescimento urbano e o governo não se mobiliza para conscientização da favela no mundo. Por que não construir conjuntos habitacionais com grandes áreas verdes e boa qualidade de vida, somente um problema econômico? Não, também um problema administrativo e de interesse dos governantes locais para este tipo de situação. O mundo cresce, a natureza morre e o homem se sente mais auto-suficiente, ou seja, certa superioridade diante da natureza. Há uma capacidade humana no globo? Não sabemos ao certo, mas do jeito que se encontram precisa-se urgente de um SOS para salvar mentes e corpos, isso com certeza. A urbanização de áreas, bom ou ruim? Até que ponto o crescimento desordenado de um local é bom? Vemos que o mundo precisa de grandes mudanças para se resolver esse crescimento, basta olhar nitidamente para China e vemos o que é um crescimento devastador e paremos para refletir.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Transformações Urbanas

Numa cidade, os parques são tão essenciais para a saúde física e emocional como o abastecimento de água”. Ele diz que este facto não transparece dos orçamentos das câmaras municipais, onde os parques são considerados um luxo. Pelo contrário, “as estradas, o espaço público dos carros, recebem recursos infinitamente maiores e estão sujeitas a menos cortes orçamentais que os parques, o espaço público para as crianças. Porquê?” pergunta ele, “serão os espaços públicos dos carros mais importantes que os espaços públicos para as crianças?”
«Este artigo, simpático e de fácil leitura, atraiu a minha atenção por servir de alerta para quem tem, em países em desenvolvimento, a responsabilidade de gizar as cidades em que as gerações futuras vão viver e prosperar. Ele pode ajudar a prever situações futuras que não queremos que aconteçam nas nossas ilhas mas que começam a despontar e que estão mesmo bem patentes no desinteresse que as administrações demonstram para com as crianças da nossa terra, que são enfim, como dizia Cabral “ As flores da revolução”.»

As cidades do planeta estão com grandes problemas. A Cidade do México, Teerão, Banguecoque, Shanghai e em centenas de outras cidades, a qualidade da vida diária está a deteriorar-se. Respirar o ar de algumas cidades é equivalente a fumar dois maços de cigarros por dia. Nos EUA, o número de horas que os automobilistas passam nos engarrafamentos de transito aumenta a cada ano que passa.
Como resposta a estas situações os cientistas buscam um novo urbanismo. Uma das transformações urbanas modernas dignas de registo ocorreu em Bogotá, Colômbia, onde Enrique Peñalosa serviu como Presidente da Câmara durante três anos, a partir de 1998. Quando ele tomou posse não perguntou como se poderia melhorar as condições e qualidade de vida dos 30 por cento que possuem um automóvel; ele quis saber o que podia ser feito para melhorar os padrões de vida dos 70 por cento - a maioria - que não tinham carro.
Peñalosa apercebeu-se de que uma cidade que for agradável para crianças e idosos também funciona bem com o resto dos cidadãos.
Em questão de poucos anos, ele transformou a qualidade da vida urbana com a sua visão de uma cidade feita para as pessoas. Sob a sua liderança a cidade eliminou comportamentos como estacionar em cima dos passeios, criou e renovou 1200 parques de estacionamento, introduziu um sistema de transportes públicos rápidos e eficientes, mandou construir centenas de quilómetros de pistas para bicicleta e ruas só para peões, reduziu os engarrafamentos da hora de ponta em 40 porcento, plantou 100000 árvores e envolveu os cidadãos locais nos melhoramentos dos seus próprios bairros. Com isto ele criou um sentimento de orgulho cívico entre os 8 milhões de residentes, tornando as ruas de Bogotá mais seguras que as de Washington, D.C.
Enrique Peñalosa comenta que “os espaços públicos para peões em geral e os parques em particular são uma evidência da democracia em funcionamento”. Ele também afirma: “Os parques e espaços públicos são também importantes para uma sociedade democrática porque eles são os únicos locais onde as pessoas se encontram como iguais… Numa cidade, os parques são tão essenciais para a saúde física e emocional como o abastecimento de água”. Ele diz que este facto não transparece dos orçamentos das câmaras municipais, onde os parques são considerados um luxo. Pelo contrário, “as estradas, o espaço público dos carros, recebem recursos infinitamente maiores e estão sujeitas a menos cortes orçamentais que os parques, o espaço público para as crianças. Porquê?” pergunta ele, “serão os espaços públicos dos carros mais importantes que os espaços públicos para as crianças?”
Hoje em dia, os estrategas urbanistas estão a investigar, buscando vias para projectar cidades para pessoas e não carros. Os carros prometem mobilidade e conseguem oferece-la em ordenamentos do tipo rural. Mas na realidade urbana existe um conflito latente entre o automóvel e a cidade. A partir de um certo ponto, em que os números se multiplicam, os automóveis oferecem imobilidade e não mobilidade
Os engarrafamentos representam uma factura directa em termos de tempo e gasolina. A poluição urbana do ar, provocada pelos automóveis, é hoje responsável por inúmeros casos de doenças respiratórias, muitas delas fatais.
Um outro esforço das cidades dedicadas aos carros é um esforço psicológico, a privação do contacto com a natureza –o chamado “complexo do asfalto.” É reconhecido que o ser humano tem absoluta necessidade de contactar com o mundo natural. Quer os psicólogos quer os biólogos fazem questão de nos alertar para esse facto. Os ecologistas têm vindo a formular a teoria da “hipótese da biofilia “ que defende que aqueles que estão impossibilitados de contactar com a natureza sofrem psicologicamente e que essa inibição leva a um declínio assinalável do seu bem-estar.
Ao longo da era moderna, na grande maioria dos países, a procura de financiamento para os transportes foi altamente distorcida, sendo destinada à construção e manutenção de estradas. A criação de cidades com maior qualidade de vida e a mobilidade que as pessoas precisam depende de financiamento dirigido ao transporte público por autocarros e a parques e pistas de bicicletas.
As boas notícias são que há sinais de mudança e claras indicações de que se quer cada vez mais desenhar as cidades para as pessoas e não para os carros. O aumento do preço da gasolina está a levar automobilistas por esse mundo fora a trocar o carro pelo autocarro, metro ou bicicleta.
Quando Pequim decidiu promover um sistema de transportes baseado nos carros, um grupo de cientistas chineses protestaram argumentando que a China não tem espaço de terra arável suficiente para acomodar todos os automóveis e alimentar a população. Isto também é verdade para a Índia e outros países em desenvolvimento.
Algumas cidades estão muito mais avançadas em planeamento e em acomodar o seu crescimento do que outras. Elas apresentam planos para sistemas de transporte que garantem mobilidade, ar puro e exercício físico, em total contraste com cidades que oferecem engarrafamentos, ar poluído e poucas oportunidades de exercício.
Bons exemplos são cidades como Amesterdão, Copenhaga e Paris.
Paradoxalmente, as cidades dependentes do automóvel têm mais congestionamento e menos mobilidade do que as cidades que oferecem mais alternativas de transporte.
O veículo automóvel, inventado para oferecer mobilidade, acaba por ser, nessas cidades o factor virtual de imobilização de toda a população, tornando a vida difícil a ricos e pobres.
As estratégias de transporte de longo prazo para os países em desenvolvimento assumem que um dia todos terão um carro. Esta visão, infelizmente é insustentável, dados os constrangimentos de espaço e também de reservas de combustíveis. Estes países estarão a oferecer uma maior mobilidade se planificarem com base nos transportes públicos e na bicicleta.
José Pedro Duarte Fonseca - Professor Universitário, Técnico Superior do MECC

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A Nova Pequim

Pequim é uma cidade chinesa, capital da República popular da China, cujo nome significa Capital do Norte. Durante séculos, foi a maior cidade do mundo; hoje tem cerca de 10,3 milhões de habitantes. Situada ao norte do país, Pequim é famosa pela cidade proibida, o palácio dos imperadores chineses desde o século XV. Foi capital do Império Chinês de 1421 a 1911. Em 1912 a capital foi transferida para Nanquim e a cidade tomou o nome de Beiping (Wade-Gilles: Peiping) (Paz do Norte); foi ocupada pelos japoneses entre 1937 e 1945. Tornou-se a capital da república em 1949 com o nome atual. Ao início da dinastias Tang e Song, somente existiam pequenas aldeias na zona. A última dinastia Jin cedeu grande parte da sua área fronteiriça norte, incluindo Pequim, à dinastia Liao no século X. A dinastia Liao fundou uma segunda capital numa cidade a que chamou Nanjing ("capital do Sul"). A dinastia Jin conquistou a Liao e o norte da China, fundando Zhongdu, a "capital central". Em 1403, o terceiro imperador Ming, Zhu Di, que tinha subido ao trono depois de matar o seu sobrinho e de uma longa guerra civil, moveu a capital, que estava no sul, estabelecendo-a no norte e chamando-a "Beijing", ou seja, capital do Norte. A Cidade Proibida foi construída entre 1406 e 1420, seguida do Templo do Céu (1420), e outros projectos. Tian'anmen, foi queimada duas vezes durante a dinastia Ming e finalmente reconstruida em 1651. Após a instauração da República da China em 1911, estabeleceu-se de novo a capital em Nanquim (Nanjing) e "Beijing" foi renomeada "Beiping". Durante a Segunda Guerra Chino-Japonesa, foi ocupada pelo Japão em 29 de Julho de 1937. Durante a ocupação, Pequim foi a capital do comité executivo do norte da China, um estado marioneta que governou o norte da China ocupada. A ocupação durou até à rendição do Japão, em 15 de Agosto de 1945. Em 31 de Janeiro de 1949, durante a Guerra Civil Chinesa, as forças comunistas entraram em Pequim sem confrontos violentos. No dia 1 de Outubro, o Partido Comunista Chinês chefiado por Mao Tse Tung, anunciou em Tiananmen a criação da República Popular da China. Depois das reformas económicas de Deng Xiaoping, a área urbana cresceu enormemente. A zona de Guomao trasnformou-se em grande área comercial, tal como Wangfujing e Xidan, enquanto que Zhongguancun se converteu no centro da indústria da electrónica chinesa. Nos anos recentes, Pequim esteve sempre com problemas sérios, tais como a congestão de tráfego (apesar da maioria dos pequineses usar a bicicleta como meio de transporte), a contaminação do ar, a destruição do património histórico e a chegada maciça de imigrantes de outras partes do país. Pequim, que perdeu a eleição para cidade olímpica de 2000 e de 2004, foi eleita para acolher os Jogos Olímpicos de 2008, cuja inauguração será no dia 8 de Agosto.
Pequim passou por uma história de crescimento, com muitas revoluções. Sua população é vasta e seu país também. A arquitetura de Pequim com sua cultura oriental possuía uma tipologia onde os chineses construíram templos e palácios de madeira. Ao longo de toda a história da China, a madeira sempre foi um dos materiais preferidos dos chineses, que desenvolveram uma técnica de aplicar verniz sobre sua superfície para conservá-la. O verniz aplicado em cores fortes e brilhantes é uma característica da tradicional arquitetura chinesa. Seus templos, monastérios e palácios seguem princípios básicos, um pátio espaçoso leva a um salto de teto alto, gracioso e curvo. As casas chinesas, em sua maioria, são construídas em torno de pátios internos. O estilo chinês mistura formas retangulares de vários tamanhos. Para se prevenir da umidade, suas construções são feitas sobre uma plataforma. Seus murais coloridos retratam dragões, mitos, pinturas de paisagens, flores e pássaros. Construções semelhantes a torres, chamadas pagodes, são monumentos religiosos e muito comuns na China.
Em Atenas no ano de 2004 na pira olímpica que se abaixava para colher o fogo das mãos de um atleta. Sydney em 2000 teve um estádio que captava água da chuva. Barcelona em 2002, um parque aquático que transformava a própria cidade em cenário. Em Pequim 2008 depois de toda sua história a capital do país mais populoso do mundo, com orçamento de primeiro mundo e problemas de terceiro, promete um dos projetos mais espetaculares já realizados em toda a história olímpica.
O orçamento previsto para as instalações esportivas é de US$ 3,2 bilhões, mais US$ 24,2 bilhões em obras de infra-estrutura e urbanização. Sem falar ainda nos US$ 2 bilhões de custos operacionais e US$ 7 bilhões para um megaprojeto ambiental, já que estamos falando da cidade com um dos maiores índices mundiais de poluição do ar.
Todo essa modernização está sendo feita de forma devastadora, para cumprir prazos e metas, dessa forma, arrasando quarteirões e até bairros inteiros, podendo ser comparada com a Paris de Haussmann do século XIX. Essa transformação da configuração da cidade, sem levar em consideração sua essência e sua cultura, em troca de um excessivo avanço tecnológico, tem trazido à tona uma discussão sobre a verdadeira identidade de Pequim, já que esta devastação seria superior àquela sofrida nas décadas de 50 e 60 durante a primeira fase do período maoísta.
Nos últimos cinco anos, a China se transformou no grande mercado da arquitetura contemporânea. Em escala e velocidade, o boom de construção civil naquele país não tem precedente histórico.
Em qualidade arquitetônica, a maior parte dessa produção não é representativa. A estratégia dos chineses em relação à arquitetura pode ser decomposta no tripé que envolve edifícios emblemáticos, grandes eventos e urbanização selvagem.
A nova arquitetura de Pequim vem se tornando alvo de turistas do mundo todo, que chegam com um imaginário sobre cidade que não mais condiz com o que se vê. Grandes edifícios contemporâneos passaram a ser monumentos de referência para as grandes avenidas. Este crescimento está refletido no número de novos hotéis de alto luxo na cidade. Estão previstos 4 mil novos apartamentos deste padrão para 2007 e mais de 7 mil para 2008.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Pequim 2008

Atenas-2004 teve uma pira olímpica que se abaixava para colher o fogo das mãos de um atleta. Sydney-2000 teve um estádio que captava água da chuva. Barcelona-2002, um parque aquático que transformava a própria cidade em cenário. E Pequim-2008?A capital do país mais populoso do mundo, com orçamento de primeiro mundo e problemas de terceiro, promete um dos projetos mais espetaculares já realizados em toda a história olímpica. Um parque sobre uma reserva ambiental, com lago abastecido por água de reuso, e duas obras monumentais: o Centro Nacional de Natação e o Estádio Nacional.Uma brincadeira que vai custar cerca de US$ 3,2 bilhões apenas com as instalações esportivas. A cidade ainda deve receber mais US$ 24,2 bilhões em obras de infra-estrutura -linhas de trem, metrô, estradas, urbanização etc.A conta ainda não acabou: mais US$ 2 bilhões em custos operacionais e US$ 7 bilhões apenas para tocar o megaprojeto ambiental.Como comparação, São Paulo, que concorreu com o Rio pela já frustrada candidatura brasileira aos Jogos de 2012, foi criticada por imaginar torrar US$ 2 bilhões em equipamentos esportivos e mais US$ 11 bilhões em infra-estrutura.A modernização a toque de caixa vem derrubando quarteirões e até bairros inteiros da cidade. Segundo um analista americano, Pequim está sofrendo uma transformação gigantesca, semelhante à realizada em Paris no século 19.Uma mudança tão grande que já há quem se preocupe com a própria identidade da cidade -a devastação seria superior a perpetrada nas décadas de 50 e 60, na primeira fase do período maoísta.O principal problema, no entanto, é o ar. Uma das cidades mais poluídas do mundo, com uso extensivo de carvão nas residências, Pequim precisa trocar sua matriz energética até 2008.Seus 13 milhões de habitantes já sentem essa nova revolução. Indústrias estão sendo fechadas, ônibus adotam o gás natural, e os carros, cada vez mais numerosos, estão perto de sofrer restrições. Uma revolução bem diferente, bancada pelo capital privado e justificada pelo ideal olímpico.
Por José Henrique Mariante
Agência Folha
Em São Paulo


domingo, 2 de setembro de 2007



Cidade-colagem pode ser considerada como uma caracterização que constituem indicadores da dificuldade de diagnosticar a metrópole. Segundo os teóricos Colin Rowe e Fred Koetter, a estriagem das cidades como colagem, deve ser analisada como uma cocha de retalhos, tendo uma justaposição de imagens visíveis do sistema viário criando uma lógica de mobilidade e articulações do espaço urbano.
Essa cidade colagem, montada uma imagem sobre outra pode ser considerada como um ambiente pós-moderno tendo a importância dos edifícios, casas, figuras caracterizadas principalmente com a sua verticalização, criando assim um espaço como fundo de um cenário urbano “artificial”. A arquitetura pós-moderna adota uma relação que pode ser considerada como construtiva de “figura e fundo” na cidade, no qual tanto os espaços livres quanto os construídos estabelecem uma proporções contrária no contexto da malha urbana.
Em um trecho de Cidade Colagem, Isalah Berlin comenta que “a raposa conhece muitas coisas, mas o ouriço conhece uma grande coisa”, ou seja, a raposa consegue relacionar vários tópicos e ter um conhecimento mais vasto, enquanto o ouriço tem um único caminho para chegar ao seu grande conhecimento. Dentro deste trecho pode-se perceber a relação com os pensamentos críticos de arquitetos considerados modernistas como os ouriços, e a raposa representante de um pensamento contraditório a este modernista.
A bricolagem é outro tema relatado no livro Cidade Colagem, dos teóricos Colin Rowe e Fred Koetter, onde está relacionado com a questão do ouriço e da raposa. A bricolagem é um termo que vem do francês "bricolage", e este conceito surgiram na década de 50 nos Estados Unidos, essa idéia de bricolagem é uma forma de arte muito criativa, no qual qualquer um pode tentar fazer algo a partir de objetos que no final tomarão formas abstratas ou reais, ou seja, uma colagem de objetos diferentes, possuindo uma própria estratégia para usar de forma criativa materiais existentes. Na arquitetura moderna o processo de colagem é mais evidente na produção de Le Corbusier, que em suas obras conserva as origens do espaço e transforma com inovação o contexto com a arte. E a relação seguida na bricolagem, onde o bricoleur executa várias tarefas disfarçado de engenheiro, pode ser observada e comparada com as obras de Le Corbusier, disfarçado de ouriço, embora muitas vezes se comporte como uma raposa.








(Cidade Colagem - Ana Bustos)